Os policiais federais, que trabalham na Operação Sentinela, juntamente com policiais militares da Força Nacional de Segurança, em Óbidos, oeste do Pará, encontram dificuldades para realizar o trabalho. Eles não possuem transportes adequados nem locações apropriadas para exercerem a função.
Os policiais não possuem base nem embarcação para patrulhar os rios, tendo que utilizar barcos de passageiros. Um barco de passeio e uma lancha que deveriam ser utilizados no trabalho de combate ao crime estão num terreno que não pertence à Polícia Federal. Antes de serem levados para este local, os barcos estavam à beira do rio, correndo o risco de afundar.
A Polícia Federal havia alugado uma casa que serviria de base para a Operação Sentinela, com um custo de R$1 400, mas o imóvel está fechado há oito meses.A Base Candirú foi desativada, em 2009, após uma inspeção da Marinha, por falta de condições de flutuabilidade e por apresentar condições insalubres de trabalho. A companhia Docas do Pará cedeu à Polícia Federal metade de um galpão para que fosse reformado e se tornasse a base de combate ao tráfico de drogas naquela região. Em 2010, a Superintendência de Logística da Polícia Federal no Pará fez uma licitação para reformar as novas instalações da Base Candirú, com serviços de infraestrutura elétrica, civil e lógica. Dois anos depois, o prédio está alagado, devido à cheia do Rio Amazonas. O projeto foi orçado em R$ 358 226,30, sendo que a empresa contratada praticamente não iniciou a obra.
O relatório elaborado por um fiscal da obra, indicado pela própria PF, aponta irregularidades e pendências relativas à documentação e não apresentação da licença que deveria ter sido expedida pela prefeitura. A empresa, no entanto, teria informado que concluiu 40% do trabalho.
Diante da confusão, a PF no Pará encerrou o contrato por falta de cumprimento dos pontos estabelecidos e devolveu os recursos destinados à obra para o governo.
A Operação Sentinela iniciou na região em 2010, tendo como meta combater o tráfico de drogas que é feito pelo Rio Amazonas, em que os entorpecentes são trazidos de outros países. A Operação foi paralisada pelo governo federal no mês de março de 2011 por causa da retenção de gastos, mas retornou em abril do mesmo ano.
O caso da Base Candiru será levado à Comissão da Amazônia que, nas próximas semanas, deve realizar audiência pública para tratar do combate ao tráfico de drogas na região. Um documento com fotos e as informações sobre o caso também foram encaminhados ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Fonte: Notapajos
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