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domingo, 6 de novembro de 2011

Delegada: “Militares do 53º BIS são infratores da lei maria da penha”


Delegada Eliete Borges denuncia violência contra a mulher


Delegada Eliete Borges
A demanda de aumento da violência contra as mulheres está aumentando consideravelmente no município de Itaituba. Mas, de acordo com a delegada Eliete Cristina Alves Borges, isso está se dando em função de que elas estão perdendo o medo e denunciando mais. Mulheres de todos os perfis sociais e econômicos em Itaituba estão sendo vítimas de agressões por parte dos maridos ou companheiros.

Na segunda-feira, dia 31 de outubro, em menos de meia hora, enquanto estávamos entrevistando a Delegada, chegaram dois casos. A estatística é alarmante, mas a delegada Eliete Borges garante que um dos fatores que vem contribuindo para essa demanda são as palestras que estão sendo proferidas por ela na cidade, o que encoraja as mulheres a fazerem as denúncias.

De acordo com a Delegada, um dos casos que mais contribuem para essa estatística nos últimos tempos tem o envolvimento de militares do 53º BIS, que agridem suas companheiras, ora físicas ora psicológicas ou as duas ao mesmo tempo. Ou seja, os militares são os maiores infratores da Lei Maria da Penha.

Mulheres denunciam agressões à delegada
O caso mais emblemático foi de A.M.NS, de 38 anos, que foi espancada com violência por Isóstenes Santos Gonçalves, com quem era amasiada há um ano e meio. Segundo a vítima, que vivia economicamente dependendo do agressor, o mesmo a agrediu com socos, quebrou o trinco da porta e não satisfeito ainda espancou sua filha de 10 anos.

A Delegada já instaurou inquérito e ele vai responder pelo crime de lesão corporal contra A.M.NS e também contra a criança de 10 anos, para ser enquadrado na Lei Maria da Penha.

ELAS ESTÃO PERDENDO O MEDO, MAS A SÍNDROME DE ESTOCOLOMO FAZ COM  QUE ALGUMAS 
DESISTAM DAS DENÚNCIAS – Durante três dias a reportagem de O Impacto acompanhou in loco o dia a dia da Delegacia da Mulher em Itaituba e pode constatar as mais inusitadas situações envolvendo um número cada vez maior de mulheres que estão sendo espancadas por seus maridos ou companheiros, em episódios de violências que chegam a verdadeiras barbáries.

Nesse período constataram-se as inúmeras dificuldades da delegada Eliete Cristina Alves Borges, que precisa se revezar em funções movidas pelo sentimento de solidariedade às vítimas, fazendo entrega pessoal das intimações para que seja resguardada a integridade física das vítima após as denúncias.

Nesse frenesi entre vítimas em seu gabinete, depoimentos e relatos dramáticos, constatamos três casos de “Síndrome de Estocolmo”, uma das partes dessa chaga social da violência contra a mulher que transformam uma denúncia num melodrama sentimental quando a vítima que havia denunciado seu agressor à Delegada e que já estava dando andamento para indiciar o mesmo, de repente ela desiste, muda de idéia, perdoa seu algoz e pede desistência no caso…

Jovem agredida foi à delegacia, mas desistiu de
denunciar o agressor
Para não identificar uma dessas “personagens saídas do universo bizarro de Nelson Rodrigues” usamos aqui um nome fictício para as vítimas. Ana Lúcia de Azevedo, 19 anos, jovem bonita, cursando nível superior, jogou tudo pro espaço, brigou com os pais para viver um grande amor com Rodrigo Pereira Santos, de 22, anos, bombeiro. Mas seu sonho se transformou em pesadelo. O caso veio parar na Delegacia da Mulher e quando o autor das agressões estava sendo indiciado criminalmente a vítima da Síndrome de Estocolmo se arrependeu e perdoou mais uma das tantas vezes em que foi vítima de violência…

A história de Ana Luiza Sigfried, de 38 anos, tem uma ligeira semelhança com a de Ana Lúcia. Nos últimos dias vinha passando pelo seu inferno astral após 14 anos de uma relação deteriorada, onde os carinhos foram trocados por tapas, chutes e xingamentos. Seu esposo com quem vive há quatorze anos, cego de ciúmes, vivia lhe espancando sem causa aparente. Geralmente quando está embriagado, passa arranjar amantes para a esposa e as agressões começam. Ana Luiza, na Delegacia, com o rosto cheio de hematomas e em lágrimas pediu para a Delegada prender o brutamontes, dizendo que não iria mais reatar com ele. A delegada Eliete Borges, atarefada e cheia de novas vitimas esperando no banco lá fora, iniciou os procedimentos legais para indiciar o agressor. Mas na hora “H”, Ana Luzia, que também contraiu a Síndrome de Estocolmo, mudou de idéia e desistiu da ação..

Por: Nazareno Santos