segunda-feira, 4 de junho de 2012

Estado destinará R$ 40 milhões para cirurgias de catarata

É cada vez maior no Pará o número de pessoas que sofrem com problemas de baixa visão, decorrentes tanto de fatores congênitos como adquiridos. Entre as patologias mais comuns que ocasionam essa perda da acuidade visual estão o glaucoma, a catarata e o pterígio (popularmente conhecido como 'carne no olho'). O grande número de atendimentos oftalmológicos feitos pelas equipes da Sespa na caravana Pro Paz Cidadania Presença Viva confirma o alto índice de perda visual principalmente entre a população de baixa renda, que tem menos acesso a consultas e tratamentos na área.
Informado sobre esses índices, o governador Simão Jatene, autorizou a liberação de recursos que somam R$ 40 milhões para a realização de cirurgias de catarata em pacientes que sofrem com a doença e não tem condições de arcar com as despesas desse procedimento. As intervenções cirúrgicas serão realizadas em número de cinco mil ao mês e começam já em agosto deste ano. Os recursos para este fim serão incluídos no orçamento anual do Estado, que será revisto para assegurar que as cirurgias possam ser realizadas por cinco anos seguidos.
“O Plano Plurianual do Estado (PPA) já está sendo revisto pelo governo, pois este recurso deverá ter caráter prioritário dentro do orçamento anual”, destacou a secretária adjunta da Sespa, Helena Guimarães. Ainda de acordo com a gestora, uma das principais causas para a grande incidência desse diagnóstico é a falta de proteção ocular. "Vivemos praticamente na linha do Equador e na nossa região a incidência dos raios solares é alta. O que pode ajudar a retardar essa perda visual e evitar a catarata precoce é a utilização dos óculos“, destacou.
O recurso que será liberado para a Sespa é a contrapartida do governo estadual, através do programa “Veja Bem”, para reforço das ações do projeto “Olhar Brasil”, executado pelo governo federal e gerenciado pelo Ministério da Saúde. A iniciativa prevê assistência a 44 milhões de pessoas em todo o país e pretende identificar, em princípio, problemas visuais em alunos matriculados na rede pública de Ensino Fundamental no programa “Brasil Alfabetizado”, e também junto à população com mais de 60 anos.
Diagnóstico
Durante as incursões da Caravana Pro Paz Cidadania na região do Marajó, que duraram 73 dias, as equipes médicas observaram que a procura maior entre os serviços de saúde foi pelo atendimento oftalmológico. Este cenário preocupou a coordenação do programa, que já tinha em mãos estatísticas e estudos epidemiológicos feitos pelo governo nos municípios que integram o arquipélago.
No Baixo Amazonas essa realidade não é diferente. Em Santarém, quinto município visitado na região pela Caravana, as consultas oftalmológicas estão entre as mais demandadas. Levado pela avó ao prédio do Sesi, onde os atendimentos médicos estão sendo realizados, Daniel Pinheiro Costa, de apenas 11 anos, queixava-se de dores de cabeça principalmente ao fazer esforço para ler os livros da escola. "A minha vista fica sempre embaçada”, contou o menino ao médico, que recebeu o diagnóstico de hipermetropia. Após a consulta, ele recebeu gratuitamente os óculos que o ajudarão a ter uma rotina mais tranquila.
Em apenas dois dias de atendimento no município de Santarém a Caravana Pro Paz Cidadania já realizou mais de 30 mil procedimentos de saúde. Destes, cerca de quatro mil foram na área de Oftalmologia. Por meio da assistência nessa área foi possível garantir o encaminhamento de 149 avaliações e cirurgias oftálmicas, além do fornecimento de quase 600 óculos.

Fonte: Agência Pará

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