segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sobram vagas para tratamento de hemodiálise no Pará

Pacientes renais crônicos do Pará não precisam mais esperar na fila para fazer hemodiálise. Desde 2011 o Governo do Estado inaugurou quatro novos centros de tratamento na capital e no interior, acabando com a fila de espera. Mais de 100 novas máquinas de diálise foram adquiridas, chegando a um total de 486 unidades que atendem mais de 1900 pessoas. Equipes multiprofissionais realizam um atendimento humanizado aos pacientes e seus acompanhantes.

Em outubro de 2011 foram inaugurados os centros de hemodiálise Dr. Monteiro Leite, em Belém, com capacidade de atendimento para 200 pacientes; e o Centro Renal Pediátrico, que funciona na Santa Casa, com 36 vagas direcionadas à crianças e adolescentes. Em ambos os locais há vagas disponíveis. 

“Assumimos em 2011 com 273 pacientes na fila de espera. Além de terminar com as filas, nosso objetivo era ampliar a rede de atendimento no interior do Estado e na Região Metropolitana de Belém. Para tanto, foi instalado um centro em Bragança, um na Santa Casa e construído o Dr. Monteiro Leite, que funciona no bairro de Batista Campos, em Belém. Nós ainda ampliamos os serviços em Ananindeua, Altamira, Santarém, Marabá e Redenção e inauguramos recentemente o de Ulionópolis”, explica Rosemary Goes, secretária adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).

Para os pacientes que vivem em municípios que não possuem o serviço de hemodiálise, o Governo do Estado disponibiliza o serviço de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), responsável pelo deslocamento das pessoas que necessitam da diálise. É o caso de Rosenilse Silva, mãe de Carlos Phelipe de Souza, 15 anos, que é atendido na Santa Casa.

“Três vezes por semana a gente vem pra Belém e volta para Barcarena por meio do TFD. É fundamental esta economia com passagem e alimentação”. Desde a inauguração do Centro Renal Pediátrico, Carlos é atendido na Santa Casa. Sua mãe avalia os benefícios dos serviços especializados para crianças e adolescentes. “Aqui na Santa Casa o ambiente é mais leve. O clima é de intimidade, as crianças brincam entre si e esquecem um pouco da doença. Aqui eu posso acompanhar toda a diálise do meu filho, do lado dele. A equipe de médicos é muito boa, especializada em crianças. É um diferencial importante para o conforto do Carlos”.

A maioria dos pacientes atendidos na Santa Casa é do interior, mais de 60%, segundo a Dra. Adriana Jucá, médica Nefrologista do Centro Renal Pediátrico. Ela afirma que a presença dos pais durante as seções é fundamental para os pacientes menores de idade, por isso é um diferencial deste centro a presença de acompanhantes na área de tratamento.

 A médica alerta para o que deve ser a maior preocupação dos pais, a prevenção. “Os responsáveis devem ficar atentos a alguns quadros que, caso não sejam tratados, podem desenvolver doença renal crônica em crianças. Infecção urinária repetidas vezes, inchaços no corpo e dificuldade de urinar são aspectos que devem receber atenção redobrada. A alimentação também deve ser considerada, os pais devem evitar alimentos com alto teor de sódio, frituras e fast food”.

A prevenção é uma das preocupações da Sespa e da Dra. Ana Lydia Cabeça, médica nefrologista e diretora presidente do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, referência no serviço de nefrologia no Pará. O HC é responsável pela administração de seu próprio centro de hemodiálise e do Centro Dr. Monteiro Leite. “As principais causas de doença renal crônica são a hipertensão e a diabetes mellitos. Mais de 50% das pessoas adultas que fazem diálise possuem uma destas doenças, muitas vezes adquiridas por falta de controle da saúde. Elas são doenças crônicas, relativas ao envelhecimento e a falta de atenção e controle faz com que estes quadros se agravem com o tempo. Diabéticos e hipertensos devem fazer pelo menos uma triagem anual de dosagem de creatinina no sangue, exames de urina rotina e glicemia, e medida de pressão arterial. Tudo pode ser feito em postos de saúde, a grande maioria dos problemas pode ser resolvida clinicamente”.

Gean Moreira Santos, 34 anos lamenta não ter procurado o médico com antecedência. Ele faz diálise no Centro Dr. Monteiro Leite há quatro meses e conta que procurou tarde demais tratamento. “Eu trabalhava como motorista, minhas pernas ficavam muito inchadas, eu vivia cansado, mas eu achava que era por que ficava sentado por muitas horas dirigindo.

Quando finalmente resolvi procurar ajuda meus rins já estavam muito comprometidos. Fiz tratamento durante um ano no Hospital Ophir Loyola e aguardava uma vaga na lista de espera pra fazer a hemodiálise. É muito triste estar preso a esta máquina de diálise, mas dou graças a Deus pela abertura destas novas vagas, tenho esperança de conseguir um transplante e para me manter vivo até lá preciso muito desse tratamento”.

Em Belém, para ter acesso a uma vaga de tratamento de hemodiálise o paciente precisa ser encaminhado, pelo médico responsável pelo tratamento, ao Departamento de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (DRE/Sesma). No interior as secretarias de saúde municipais possuem a relação de vagas e locais que oferecem o tratamento, por isso são elas que indicam onde há vagas de hemodiálise no Estado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário