sexta-feira, 2 de março de 2012

“PMDB terá candidatura própria a Prefeito” José Antonio

O vice-prefeito de Santarém, José Antonio Rocha, recebeu nossa equipe de reportagem em seu gabinete, na tarde de quinta-feira, 1º de março, quando nos concedeu entrevista exclusiva, onde fala das alianças do PMDB com o PT em Santarém e com o PSDB no Estado; bem como do futuro dessas alianças. Ele não descarta acordos com outros partidos. Zé Antonio revela que o PMDB deverá ter candidaturas próprias em Santarém e nos demais municípios do estado do Pará, conforme orientação do deputado Antonio Rocha e do senador Jader Barbalho. 


Com relação à aliança com o PT em Santarém, o vice-Prefeito avisa que o PMDB quer reaver as secretarias que foram dadas ao partido e que hoje estão com partidos diferentes (Saúde e Meio Ambiente). Veja a entrevista na íntegra:

JORNAL O IMPACTO: O PMDB que apesar de fazer parte da coalizão com o atual governo, já anunciou que vai ter candidato próprio. Até onde pode ser possível manter a parceria?

José Antônio Rocha: Segundo o nosso presidente regional e local, deputado Antônio Rocha, o PMDB terá candidatura própria não só em Santarém, mas por orientação do senador Jader Barbalho, nos 144 municípios paraenses. E Santarém não é diferente, enquanto cidade estratégica, e é preciso levar em conta que o PMDB é um partido grande. O PMDB, portanto, tem candidaturas próprias, mas não descartamos em nenhum momento, de embarcarmos em outros projetos.

JORNAL O IMPACTO: Defina melhor, o que é embarcar em outros projetos.

José Antônio Rocha: Não está descartada a possibilidade de fazermos aliança com qualquer grupo. Daqui pra frente existe o diálogo, e sem dúvida alguma, não se pode ganhar só e nem governar só. Para isso existem as parcerias e alianças. O PMDB está conversando com todos os partidos, e neste momento até junho, quando acontecem as convenções, é momento de diálogos e de estabelecer acordos. O PMDB, como um grande partido, está nessa expectativa. Estamos trabalhando com a possibilidade de ter candidatura própria, mas sem descartar nenhuma possibilidade, conforme a orientação do nosso líder maior o senador Jader Barbalho e o deputado estadual Antonio Rocha.

JORNAL O IMPACTO: O diálogo está aberto inclusive para partidos da oposição?

José Antônio Rocha: Nós não podemos fechar nem porta e nem janela para nenhum partido. O PMDB, assim como faz parte da aliança municipal, faz parte também de aliança com o governo do Estado. Estamos trabalhando para ser cabeça de chapa, mas se não houver essa possibilidade, nenhum grupo político está de fora da possibilidade de acordo. Não do vice-Prefeito, mas como já disse, da liderança maior do Estado.

JORNAL O IMPACTO: O senhor tem permanecido recluso das discussões, sejam elas políticas ou administrativas. Isso é estratégico?

José Antônio Rocha: Não diria que é uma estratégia. Eu prefiro dizer que no momento em que você está em uma Secretaria, existem os desafios que são grandes, e você está na mídia praticamente diariamente, principalmente quando se tem vontade de melhorar e de avançar. Mas nem sempre no dia a dia você é ovacionado, você passa por processos naturais de turbulência, mas antes de tudo, por compromisso, é preciso dar satisfação. Eu sou daquelas pessoas que quando eu estou ocupando uma Secretaria, ou uma posição pública, eu gosto de vestir a camisa, sem me importar o que as pessoas vão pensar lá na frente. Eu me importo que ao final, as ações realmente aconteçam e tragam vantagem para a população. Esse é o papel do gestor público, e hoje eu estou na condição de Prefeito, ocupando o cargo quando a prefeita Maria do Carmo viaja. O espaço de vice-Prefeito não tem muita visibilidade, mas eu sei dos limites da cadeira que eu sento, que não deixa de se uma responsabilidade muito grande. O vice-Prefeito tem a responsabilidade de receber do Presidente da República ao mais humilde morador da cidade. Eu tenho um gabinete ao lado do gabinete da prefeita Maria do Carmo, mas quem tem a chave do Município, é a prefeita Maria do Carmo Martins Lima.

JORNAL O IMPACTO: Com está a situação do PMDB em recuperar as Secretarias Municipais de Saúde e de Meio Ambiente?

José Antônio Rocha: Olha, na política diz-se geralmente que se ajuda a ganhar. Então, é uma aliança que é formada de vários partidos, para ajudar a governar depois e é isso que a população espera. Quando a pessoa vota em um determinado candidato, ela está vendo ali um grupo político. Na época, então, nos coube, além da Secretaria de Transportes que nós já tínhamos, ficou sob a nossa responsabilidade a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria Municipal de Saúde. Quando eu entreguei esse cargo ao partido, o PMDB, não foi o José Antônio que entregou. Assim foi a Secretaria de Meio Ambiente. Esse espaço ficou com o Vereador que não faz parte do PMDB, mas a discussão do presidente do meu partido, o deputado Antonio Rocha, é de tentar recuperar essas secretarias. Nós precisamos reaver esses espaços que foram disponibilizados ao PMDB. Hoje nós só mantemos a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito.

JORNAL O IMPACTO: O ouvido de mercador que é feito pela prefeita Maria do Carmo, seja sobre as secretarias, seja por outros motivos, chega a incomodar e comprometer a aliança PT/PMDB?
José Antônio Rocha: Eu entendo que uma parceria tem que ser galgada com responsabilidade, levando em conta a relação de confiança. Mas o PMDB não desiste de dialogar. Se me perguntares se o PMDB está satisfeito, eu te direi que não. Nós continuamos esperando aquilo que foi pactuado no início. Nós continuamos aguardando, e não vamos fechar as portas. Estamos vendo, através do deputado Antônio Rocha, de que forma nós vamos continuar a parceria. Nós não podemos trabalhar em cima da eleição de 2012, e sim, baseado naquele pacto da eleição anterior, e é preciso que estas coisas fiquem bem definidas. Então, o PMDB não vai se comprometer até junho, por defender em princípio, candidatura própria.

JORNAL O IMPACTO: O que mais incomoda o PMDB, incluindo aí a tentativa de recuperação das duas secretarias e outros assuntos relacionados à aliança?

José Antônio Rocha: Hoje nós participamos do governo. Nós não somos  governo, nós somos aliados do governo, e isso nos deixa em uma situação até certo ponto confortável. Eu na condição de vice-Prefeito, por exemplo, nunca recebi orientação do PMDB para trabalhar contra o governo, pois eu estaria trabalhando contra o município de Santarém. Nossa posição realmente é de ajudar, e  ver a posição até onde podemos ser parceiros nas próximas eleições.

JORNAL O IMPACTO: Quais as maiores divergências da aliança, em relação à forma de gestão da administração municipal?

José Antônio Rocha: Eu diria que nós não temos uma divergência direta com o poder público. Existe, sem dúvida alguma, divergências normais, como acontece inclusive na família da gente. Muitas vezes a gente discute e briga, mas depois a gente conversa e as coisas se encaminham. O PMDB é um partido grande, e nós fazemos parte da aliança e estamos aí para contribuir e não vamos nos curvar aos desafios que temos pela frente. Nós vamos ajudar a prefeita Maria do Carmo até o final do mandato dela. Esse é um compromisso com a administração municipal e principalmente com Santarém.

JORNAL O IMPACTO: Como o PMDB responde para as pessoas que entendem que o PMDB em todos os níveis, se especializou em fazer barganhas, levando em conta o peso político que tem?

José Antônio Rocha: O PMDB não faz barganha. Apesar de nós não termos a presidência, mas nós temos a vice-presidência da República, representada pelo vice Michel Temer. Eu não diria que isso é barganha, eu diria que o PMDB é um partido grande, com várias posições políticas, inclusive temos o presidente da Câmara Municipal de Santarém, o vereador José Maria Tapajós, como nós temos uma grande bancada na Assembléia Legislativa, na Câmara Federal e no Senado. São parlamentares que servem como meio de trazer benefícios aos eleitores que confiam no partido. É por isso que eu digo que o PMDB não é um partido de barganhas, mas ajuda a ganhar e ajuda a governar.

Fonte: RG 15/O Impacto

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