Campanha quer entrada de menores em eventos de MMA

O empresário Glaydson Tomaz, mais conhecido como “Iron Man”, vai lançar neste sábado (7) uma campanha que visa permitir o acesso de crianças e adolescentes a eventos de MMA (artes marciais mistas, na sigla em inglês) na capital paraense. De acordo com ele, Belém é a única capital brasileira que não permite a entrada de menores em eventos deste tipo.

“Isso é um absurdo. No país e no mundo inteiro, até bebê de colo entra. Mas aqui há uma portaria que impede que adolescentes entrem nesses eventos”, reclama Tomaz. A portaria a que o empresário se refere é a de nº 01/2009, de fevereiro de 2009, e foi assinada pelo juiz José Maria do Teixeira, titular da 1ª Vara da Infância e da Juventude da Capital.

A portaria, disponível no site do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJ/PA), proíbe “a entrada e permanência de crianças e de adolescentes em eventos de luta livre, luta de vale tudo e similares”.

Para tentar derrubar a portaria, Glaydson Tomaz lança neste sábado (7), às 10h, uma campanha, no estande do Iron Man no Boulevard Shopping. Ele vai coletar assinaturas em um abaixo-assinado, que será encaminhado à justiça. “O abaixo-assinado irá nos ajudar a entrar com pedido na justiça”, explica o empresário.

Para atrair as atenções para o assunto, o empresário vai distribuir gratuitamente os ingressos de seu próximo evento de MMA, o Iron Man 13, que será realizado no dia 12 de janeiro, na Estação das Docas. Cada pessoa poderá pegar apenas um ingresso e deverá apresentar documento de identidade para obter o ingresso.

CONTRA A VIOLÊNCIA

Em sua decisão, o juiz afirma José Maria do Teixeira que em eventos de luta livre e vale-tudo “a violência e a agressão física entre os oponentes é parte integrante e indispensável. (...) Estudos concluíram que pessoas que assistem esportes com cenas violentas se tornam emocionalmente dispersos e propensos a agressividade destrutiva”.

José Maria do Teixeira decidiu proibir a presença de menores considerando ainda que “compete ao Estado, como um todo, e à Justiça da Infância e da juventude, em particular, zelar pela integridade física e psíquica de crianças e adolescentes, pondo-os a salvo de qualquer forma de violência ou agressão”.

LUTA LIVRE X VALE-TUDO

O juiz demonstra desconhecimento quanto à diferença entre luta livre e vale-tudo, ao dizer, na época, que ambos estavam se tornando cada vez mais frequentes em Belém e colocar essas práticas no mesmo nível. A luta livre, em sua forma mais conhecida no Brasil e no mundo, é uma espécie de show em que os lutadores não lutam de verdade. Por isso, dificilmente se machucam, a não ser quando acontecem acidentes. Esta modalidade jamais se tornou frequente em Belém.

Quanto ao vale-tudo, trata-se de uma denominação em desuso no meio. Os praticantes preferem a terminologia MMA (mixed martial arts), já que vários golpes do vale-tudo original (principalmente os mais violentos) foram proibidos e novas regras foram criadas. Atualmente, já não há mais torneios de vale-tudo em Belém e todos os eventos nacionais utilizam as regras do MMA.

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Fonte: DOL