Esquema do falso empréstimo foi desmontado pelo delegado José Bezerra
Delegado José Bezerra |
O casal levava clientes à Seccional de Polícia Civil, em geral pessoas idosas, para registrar Boletins de Ocorrências com objetivo de comunicar supostos “empréstimos indevidos” lançados nas contas bancárias deles. Valterlon fazia as ocorrências, recebendo de 15 a 20 reais por cada boletim, mas não os repassava para que não desconfiassem do número excessivo de BOs. Ao todo, a Polícia Civil contabilizou 50 ocorrências com as mesmas características. Todas apresentavam os endereços e outros dados adulterados pra que pudesse agir livremente.
No INSS, o servidor aposentava os idosos, mas sob o acordo de fazerem imediatamente o empréstimo com a referida financeira. Mas a farsa só foi descoberta porque uma vítima denunciou o fato à Seccional Urbana da Polícia Civil, comunicando a adulteração de seu documento de identidade, onde consta ser analfabeto enquanto o mesmo é alfabetizado.
De posse dos dados falsos e em conluio com Valterlon e Viana, os proprietários da financeira cancelavam o empréstimo feito e, dessa forma, ficavam com parte do dinheiro referente ao empréstimo cancelado. Em seguida, Cleiton e Roberta efetuavam um novo empréstimo e, assim, apropriavam-se de todo o valor.
Muitos aposentados foram usados pela quadrilha, sob o “canto da sereia” de que no momento que registrassem os BOs, este empréstimo não mais iria ser lhes cobrado. Mas outros, por pura falta de informação, foram mais do que usados, foram literalmente roubado nos seus benefícios e na sua dignidade, pois atualmente sobrevivem com as migalhas que sobram dos seus direitos, um dia outorgado, como é o caso da dona Dionísia Vieira de Souza, de 73 anos, residente no distrito de Miritituba.
Dona Dionísia fez um empréstimo para construir sua casa. Comprou, mas o deslizamento terras em Miritituba soterrou sua casa. Mesmo tendo ganhado outra do governo, depende do dinheiro de sua aposentadoria para sobreviver. Ela foi enganada, que fazendo um novo empréstimo iria solucionar parte dos seus problemas. Mas os estelionatários ficaram com todo o dinheiro e agora tem até 2015 para quitar o débito.
Da mesma forma, dezenas de outros aposentados que foram ludibriados pela quadrilha entraram com várias ações na Justiça objetivando reparações morais e materiais, no sentindo de que possam seguir o rumo de suas vidas normalmente. Sem ter que estar devendo a vários bancos de empréstimos um montante que sequer teve o prazer de ver. Quase todos são semi-analfabetos e analfabetos.
Portanto, ações indenizatórias e penais já estão em andamento contra os bancos BMG, BCM e Votoratim. Mas, as pessoas que praticavam os crimes, segundo informações aleatórias, dão conta de que Roberta Nogueira foi embora de Itaituba. Seu amante, Cleiton Mesquita continua no quadro da Polícia Militar e o servidor do INSS que utilizava a máquina administrativa do governo para facilitar as fraudes contra os aposentados, se encontra em Belém gozando merecidas férias, depois de ter recebido uma promoção. Somente o rapaz que registrava os Boletins de Ocorrências, que era funcionário publico municipal, foi demitido e não se tem conhecimento sobre seu paradeiro.
Fonte: RG 15/O Impacto
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