quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Invasões de terra crescem em Santarém


Situação tem causado crescimento desordenado da cidade



A falta de organização urbana em Santarém tem causado o aumento dos bairros que surgem através de invasões irregulares de terra. Na maioria dos casos, os ocupantes derivam de comunidades do interior em busca de melhores condições de vida, porém, quando chegam na cidade, encontram outras dificuldades como a falta de estrutura e assistência pública. Este é o caso da comunidade de Nova Vitória, que há um ano surgiu no bairro do Diamantino e cresceu sem qualquer infraestrutura. 

A pedido dos moradores, a equipe de reportagem do Jornal Tapajós esteve presente na comunidade para mostrar a situação em que vivem cerca de 40 famílias.

Reunidos, os moradores enumeraram as dificuldades enfrentadas. De acordo com eles, mais de 60 crianças estão precisando estudar, porém a escola municipal, do bairro do Diamantino, não comporta todas elas. Além disso, a energia chega às casas através de ligações clandestinas e a água é carregada do igarapé ou das casas que possuem poço artesiano.

Perante a situação de miséria, eles suplicam que as autoridades competentes façam alguma coisa.

“Nós precisamos, dependemos, nós queremos que as autoridades olhem pela gente, vejam a nossa situação”. – afirma a moradora Vera Almeida.

“A principal necessidade nossa, aqui, é energia (...) e até o momento a gente também não teve presença de nenhum vereador, de nenhuma autoridade”. – reafirma o morador Francisco Sousa.


Na maioria dos casos, essas famílias vieram de comunidades distantes, como o planalto, pessoas que migraram da roça com o objetivo de prover melhor estrutura para os filhos principalmente através da educação.

A ocupação iniciou em um terreno particular, sob a autorização do proprietário, porém, ele já entrou na Justiça pedindo a reintegração de posse do local. Por orientação do advogado, ele preferiu não gravar entrevista. Em contra partida, os ocupantes afirmam que o senhor, conhecido como Erineu, não possui os documentos que comprovem a propriedade do imóvel, e se recusam a sair do local.

Município não pode interferir 

O secretário de Habitação, de Santarém, Beto Frazão, informou que o município só age nessas situações quando é acionado pela Justiça, pois a área ocupada é particular.

Ainda de acordo com ele, a melhor maneira dos donos de grandes áreas não terem problemas de invasão é dar um destino útil para o terreno ou pelo menos mantê-lo sempre limpo para não caracterizar abandono.

Beto Frazão também explicou que o município ainda trabalha para que o Projeto ‘Minha Casa, Minha Vida’ construa, em Santarém, 5 mil casas populares que podem amenizar o déficit habitacional no município. Porém, a área destinada para algumas das unidades também foi invadida.

Fonte: NoTapajós

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