"O intuito é orientar a classe que comercializa pescado, não trazendo pânico, mas fazendo um alerta para a gente evitar o máximo possível essa toxina aqui em Santarém. A fiscalização será mais de cunho pedagógico e orientativo, porque existem muitas dúvidas, tanto por parte de quem comercializa quanto por parte da população", explicou Marcelino Xavier. Segundo João Mário, diretor de Patrimônio e Finanças da Colônia de Pescadores Z-20, a preocupação é grande devido a queda na comercialização do pescado nos pontos de venda, que vêm causando prejuízos à categoria. "Não há nenhum documento que impeça o pescador de vender e nem o consumidor de comer o pescado. Então, o momento é de orientação. Mas gente já sentiu o impacto, com redução nas vendas nesses dias após a suspeita do caso da doença da urina preta", ressaltou João Mário. Devido a confirmação de casos da doença da urina preta no Amazonas, a Colônia de Pescadores Z-20 queria que fosse proibida a entrada de pescado do estado vizinho em Santarém. "Na verdade a gente queria que o pescado do Amazonas parasse um pouco de entrar aqui por meio das geleiras e dos caminhões frigoríficos, mas o que preocupa mesmo é que os consumidores não têm comparecido nem para comprar outras espécies, o que está causando problemas financeiros aos nossos pescadores", pontuou João Mário. Na quinta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde de Santarém emitiu Nota Técnica que dispõe sobre alerta aos profissionais de saúde e informe à população em geral quanto à ocorrência de possíveis casos de doença de Haff em Santarém. Além da Semsa, assinam a o documento o Núcleo Técnico de Vigilância em Saúde, a Vigilância Sanitária e a Divisão Especializada de Controle de Zoonoses. A Nota Técnica orienta sobre os sintomas e diagnósticos da doença e aponta do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino como unidade de saúde de referência para tratamento dos pacientes. Sobre os sintomas, orienta o documento: “observar dores musculares que começam na região cervical (atrás do pescoço), fortes câimbras nos ombros, braços e pernas, enjoo e vômito, a coloração da urina, caso esteja escurecida (cor de café), deve ser entendido como sinal de alerta, bem como o desenvolvimento de rabdomiólise, diante desta situação o paciente deve receber hidratação de 48h até 72h horas, conforme necessidade clínica”. Acesse a nota técnica na íntegra neste link Sobre o consumo de pescado, a nota diz que o consumidor no momento da compra do pescado deverá observar os olhos brilhantes e salientes, guelras devem ter cor vermelho vivo, odores característicos de algas, pele firme e principalmente quanto ao seu acondicionamento deve ser mantido em gelo. A doença de Haff, também conhecida como doença da urina preta, é uma síndrome que consiste de rabdomiólise sem explicação, e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema rigidez muscular, mialgia difusa, dor torácica, dispneia, dormência e perda de força em todo o corpo e urina cor de café, associada à elevação sérica de creatinofosfoquinase (CPK) associada à ingestão de crustáceos e de principalmente pescados. Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo.
Fonte: G1 Santarém
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