sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Vigilância Sanitária esclarece dúvidas de pescadores sobre manipulação de peixes conforme nota técnica

Em reunião na manhã desta sexta-feira (10), na Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca (Semap) representantes da Colônia de Pescadores Z-20 e de vendedores de pescado foram orientados pela Vigilância Sanitária de Santarém, oeste do Pará, sobre as medidas de prevenção que devem ser adotadas para evitar a contaminação dos peixes.  Eles foram orientados sobre a correta forma de acondicionamento do pescado, desde a captura até a venda ao consumidor, uma vez que a produção da toxina que provoca a doença da "urina preta" ocorre pelo má conservação do pescado. Segundo Marcelino Xavier, chefe do Núcleo Técnico de Vigilância em Saúde da Divisa, as orientações devem ser levadas às feiras, mercados e demais estabelecimentos que vendem e manipulam peixe em Santarém.




"O intuito é orientar a classe que comercializa pescado, não trazendo pânico, mas fazendo um alerta para a gente evitar o máximo possível essa toxina aqui em Santarém. A fiscalização será mais de cunho pedagógico e orientativo, porque existem muitas dúvidas, tanto por parte de quem comercializa quanto por parte da população", explicou Marcelino Xavier. Segundo João Mário, diretor de Patrimônio e Finanças da Colônia de Pescadores Z-20, a preocupação é grande devido a queda na comercialização do pescado nos pontos de venda, que vêm causando prejuízos à categoria. "Não há nenhum documento que impeça o pescador de vender e nem o consumidor de comer o pescado. Então, o momento é de orientação. Mas gente já sentiu o impacto, com redução nas vendas nesses dias após a suspeita do caso da doença da urina preta", ressaltou João Mário. Devido a confirmação de casos da doença da urina preta no Amazonas, a Colônia de Pescadores Z-20 queria que fosse proibida a entrada de pescado do estado vizinho em Santarém. "Na verdade a gente queria que o pescado do Amazonas parasse um pouco de entrar aqui por meio das geleiras e dos caminhões frigoríficos, mas o que preocupa mesmo é que os consumidores não têm comparecido nem para comprar outras espécies, o que está causando problemas financeiros aos nossos pescadores", pontuou João Mário. Na quinta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde de Santarém emitiu Nota Técnica que dispõe sobre alerta aos profissionais de saúde e informe à população em geral quanto à ocorrência de possíveis casos de doença de Haff em Santarém. Além da Semsa, assinam a o documento o Núcleo Técnico de Vigilância em Saúde, a Vigilância Sanitária e a Divisão Especializada de Controle de Zoonoses. A Nota Técnica orienta sobre os sintomas e diagnósticos da doença e aponta do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino como unidade de saúde de referência para tratamento dos pacientes. Sobre os sintomas, orienta o documento: “observar dores musculares que começam na região cervical (atrás do pescoço), fortes câimbras nos ombros, braços e pernas, enjoo e vômito, a coloração da urina, caso esteja escurecida (cor de café), deve ser entendido como sinal de alerta, bem como o desenvolvimento de rabdomiólise, diante desta situação o paciente deve receber hidratação de 48h até 72h horas, conforme necessidade clínica”. Acesse a nota técnica na íntegra neste link Sobre o consumo de pescado, a nota diz que o consumidor no momento da compra do pescado deverá observar os olhos brilhantes e salientes, guelras devem ter cor vermelho vivo, odores característicos de algas, pele firme e principalmente quanto ao seu acondicionamento deve ser mantido em gelo. A doença de Haff, também conhecida como doença da urina preta, é uma síndrome que consiste de rabdomiólise sem explicação, e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema rigidez muscular, mialgia difusa, dor torácica, dispneia, dormência e perda de força em todo o corpo e urina cor de café, associada à elevação sérica de creatinofosfoquinase (CPK) associada à ingestão de crustáceos e de principalmente pescados. Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo. 

 

Fonte: G1 Santarém

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