sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Pará reduz desmatamento em 83% no mês de setembro

O avanço do desmatamento registrado em julho e agosto de 2012, segundo as leituras do Sistema de Alerta ao Desmatamento (SAD) e do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter/Inpe), apresentou queda considerável nos boletins relativos ao mês de setembro. Se em agosto o desmatamento alcançou 227,82 Km², no mês de setembro este número caiu drasticamente para 37,6 Km², número menor até do que o registrado em setembro de 2011, que foi 46,9 Km².

De acordo com a avaliação do Programa Municípios Verdes, esta redução é justificada, primeiramente, pelo fator climático, pois setembro marca o fim do período seco e, por consequência, a redução das grandes queimadas. Além disso, as ações de fiscalização do Governo do Estado em articulação com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos regularizadores colaboraram para que o desmate ilegal fosse reprimido por meio de multas, embargos e confisco de equipamentos como tratores e serras elétricas.
Comparando o Pará com o Mato Grosso, o Estado conseguiu uma redução de 83% no desmatamento em setembro/2012, enquanto o vizinho alcançou apenas 32% no mesmo período. É importante lembrar que o desmatamento no Estado deve ser interpretado levando em consideração duas grandes áreas: as de responsabilidade do Estado e os territórios federais. Nas terras privadas, de posse ou consideradas devolutas, o desmatamento de agosto de 2011 a julho de 2012 é de 250,22 Km². Já nas Unidades de Conservação Estaduais o desmatamento chegou a 17Km ².
Nos territórios federais (assentamentos, terras indígenas e Unidade de Conservação Federais), locais onde os municípios não podem atuar, o índice alcançou 155,17 Km² no mesmo período. O avanço do desmatamento em terras federais foi diagnosticado pelo poder público (Ministério Público Federal, Ministério do Meio Ambiente e Governo do Estado) com diferentes causas no Pará. Na região oeste, às margens da BR-163, foi registrada a incidência do desmatamento especulativo, no qual grandes áreas (dentro de unidades de conservação) foram abertas para serem revendidas e transformadas em fazendas. 
Na região do Rio Capim, um dos problemas foi a valorização da soja, pois devido à seca nos Estados Unidos o produto teve alta nos preços. De olho no lucro, alguns fazendeiros resolveram arriscar, ampliando irregularmente suas áreas de plantio, colaborando com o cenário negativo do desmatamento no Estado. Nos dois casos houve a reação por parte do poder público. No oeste a operação Soberania Nacional teve como base os focos localizados pelo Deter e conseguiu autuar fazendeiros, além de apreender caminhões, tratores, motosserras e libertados trabalhadores que se encontravam em situações degradantes. Já na região do Rio Capim, o Ibama também autuou fazendas e proprietários, responsáveis pelo desmatamento.
Para que a soja, assim como a produção de qualquer grão, esteja de acordo com as metas ambientais do Estado, o Programa Municípios Verdes em parceria com o Ministério Público Federal, Ibama, Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) e TNC (The Nature Conservancy) planejam assinar um termo de ajuste de conduta com os cerealistas. Neste termo ficará acordado que os empresários do ramo não comprarão grãos de áreas de desmatamento ilegal. Esta é uma medida que visa coibir este tipo de desmate e, ao mesmo tempo, valorizar os produtos com mais um selo de origem sustentável.

Fonte: Agência Pará

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