Peixe símbolo da Amazônia, considerado vulnerável à extinção, o pirarucu (Arapaima spp.) será objeto de estudo do projeto “Crescimento, migração, diversidade de espécies e dieta do pirarucu (Arapaima spp.)
 no estado do Pará”, que visa a contribuir com a conservação e gestão de
 recursos pesqueiros das águas interiores da Amazônia. Com duração de 
cinco anos, o projeto será realizado por meio de parceria institucional 
entre a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e a Universidade 
Estadual de Nova Iorque (SUNY ESF).
A pesquisa reunirá 15 cientistas especialistas, brasileiros e 
estrangeiros, que atuarão junto às comunidades de pescadores 
tradicionais situadas na região do Baixo Amazonas. Nas análises, serão 
utilizadas apenas amostras de peixes capturados por pescadores locais 
durante as suas atividades normais de pesca, para evitar mortalidade 
adicional. “No início, vamos atuar em parceria com algumas comunidades 
do município de Santarém, como Ilha de São Miguel”, explica o 
coordenador do projeto, Daniel Gurdak, da SUNY ESF. 
“Esse é um ponto importante da nossa pesquisa, o trabalho com as 
comunidades locais”, concorda a pesquisada Lenise Vargas Flores da 
Silva, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA) da UFOPA. 
Segundo a pesquisadora, o projeto está dividido em quatro linhas de 
pesquisa: Crescimento e Maturidade Sexual; Migração e Uso do Habitat; 
Diversidade Genética e Morfológica; e Investigação da Dieta. Serão
 avaliados os padrões de crescimento e a maturidade sexual do pirarucu 
no Pará, através de comparação com outras regiões da Amazônia. Os 
pesquisadores também vão analisar o intervalo, a migração sazonal e o 
habitat para reprodução e criação do pescado.
A equipe investigará também a dieta do pirarucu em função da 
sazonalidade ambiental e suas fases de desenvolvimento. “O caráter 
interdisciplinar do projeto, que agrega diferentes especialidades, como 
ecologia, genética, reprodução, taxonomia e manejo, em prol da 
sustentabilidade do pirarucu, é outro destaque”, explica Lenise Silva.
Outra meta da pesquisa é 
caracterizar a diversidade genética e morfológica do pirarucu no Baixo 
Amazonas e comparar com outras áreas previamente estudadas. “Pode haver 
mais de uma espécie de pirarucu, o que torna o manejo e a conservação 
mais complicados. Temos que aprender antes que essas espécies 
desapareçam”, alerta o pesquisador Donald Stewart, da SUNY ESF, que há 
mais de 30 anos pesquisa os peixes da Amazônia. “Esses estudos são 
importantes para definirmos regras de manejo, porque temos que conhecer 
melhor a biologia dessas espécies para poder manejá-las corretamente”.
O Prof. Luís Reginaldo Ribeiro Rodrigues, da UFOPA, também concorda 
em que uma das principais questões do projeto é a identidade taxonômica 
do pirarucu. “Suspeitamos que existam outras espécies do peixe, que 
estejam em risco de extinção”, afirma. “Por isso, além de estudos 
morfológicos, ecológicos e ambientais, faremos uma abordagem genética 
para fazermos comparações e identificarmos essas espécies”.
Assinado em maio de 2012, o acordo de 
cooperação entre a UFOPA e a SUNY ESF visa ao desenvolvimento de 
projetos de pesquisa e programas de ensino e extensão conjuntos, além do
 intercâmbio discente, docente e de pesquisadores.
Com duração de cinco anos, o acordo de cooperação viabilizará o 
desenvolvimento de vários projetos, como este estudo sobre o 
crescimento, a migração, a diversidade de espécies e a dieta do pirarucu
 no estado do Pará. A iniciativa contará ainda com as parcerias do 
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), do Museu Nacional, 
vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e da 
Universidade da Califórnia Davis (UC Davis), além de recursos da 
Fulbright e da National Geographic.
De acordo com o convênio, a UFOPA, por meio do Instituto de Ciências e
 Tecnologia das Águas (ICTA) e do Instituto de Ciências da Educação 
(ICED), disponibilizará sua estrutura física e os equipamentos 
necessários para a pesquisa, auxiliando no processo de obtenção de 
autorização de diversos serviços públicos, recursos e permissões para a 
condução do trabalho de campo, coleta e curadoria de amostras e 
espécimes biológicos.
Além de viabilizar recursos para execução da pesquisa, a SUNY ESF, 
por meio da Faculdade de Ciências Ambientais e Florestais, promoverá a 
logística de análise de dados, facilitará o intercâmbio entre 
professores e alunos e auxiliará na organização de eventos relacionados à
 pesquisa.
Fonte:  O impacto 
 

 
 
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