Uma história mais incrível do que essa,
só mesmo se um avião Boeing, de grande porte, com toda a tripulação
fosse roubado, e o ladrão alegasse que escondeu o mesmo no bolso da
calça ou na carteira porta cédulas, para escapar do flagrante. Caso
semelhante aconteceu no bairro da Matinha, em Santarém, Oeste do Pará,
onde uma ponte de concreto de 600 metros de comprimento foi construída
pela empresa de transportes Bertolini, às margens da Rodovia
Santarém-Cuiabá, no km 4,5 no bairro da Matinha.
Segundo lideranças comunitárias e
moradores do bairro, além da ponte de concreto que foi construída, a
empresa ainda esnobou, destruindo dois hectares de mata, praticando
crime ambiental de maneira mais que explícita. Só as autoridades que
deveriam cuidar do meio ambiente, as Ongs e a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente não souberam do caso desolador.
Procurado pela equipe de reportagem do
jornal O Impacto, o procurador jurídico do Município, Dr. Isaac Lisboa,
tentou explicar que a empresa Bertolini possuía Licença para trabalhar
na área degradada, mas não para destruir a área que foi desmatada, onde
inclusive está localizada uma Serra. Além disso, a área ambiental
criminosamente invadida e violentada pela empresa Bertolini, fica às
margens do igarapé do Irurá, onde existe mata ciliar.
Se autorizada ou não pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, o caso é que a ponte de concreto foi
construída. Como uma obra desse porte foi feita sem ninguém pelo menos
desconfiar? Eis a questão.
Meses
atrás funcionários da empresa Bertolini lacrou com dois portões de
madeira, a Alameda Alecrim, no bairro da Matinha, os moradores das
proximidades realizaram uma manifestação em frente as instalações da
empresa, na rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), quilômetro 4,5.
Inconformados com o fechamento da Rua, os comunitários denunciam que não
tem outro acesso para se chegar a BR-163, para que possam ir a
supermercados, hospitais, além de faculdades. O caso chegou a ser motivo
de denúncia na Câmara Municipal de Santarém, feita pelo vereador
Rogelio Cebuliski. O parlamentar disse que existe a via pública e que a
conhece há 23 anos. “Mas segundo informações de moradores, a Alameda
Alecrim existe há mais de 50 anos”. Enquanto a Alameda Alecrim não é
liberada para o tráfego de pedestres, carros, motocicletas e bicicletas,
os moradores se arriscam subindo em uma trilha paralela a Serra da
Matinha, para terem acesso ao centro de Santarém. Os comunitários
reclamam que quando se aproximam do portão colocado no início da
Alameda, são barrados por vigilantes fortemente armados.
Também a empresa Bertolini é acusada de
abrir uma vala medindo aproximadamente 5 metros de largura, por 200 de
comprimento e 5 de profundidade, às margens da Alameda Alecrim, próximo a
nascente do Igarapé do Irurá, o que virou alvo de denúncia de moradores
do bairro da Matinha, em Santarém-Pará. Segundo os moradores, a vala
cavada pela Bertolini vai acelerar o processo de assoreamento e
soterramento do Igarapé do Irurá, por ter sido construída próxima ao
manancial e por afetar diretamente o recurso hídrico.
“Essa enorme vala vai aterrar o Igarapé,
o qual já vem passando pelo processo de poluição há muitos anos, por
causa da ação de empresas irresponsáveis que se instalaram nas
proximidades”, dispara um morador do local, que pediu para não ter a
identidade revelada. “Hoje, o Irurá é responsável por 60% do
abastecimento de água em Santarém e, existem muitas famílias reclamando
da falta do líquido nas torneiras de suas casas. O que já não é bom
poderá piorar com o soterramento do Irurá”, alerta um comunitário.
Fonte: O impacto
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