quinta-feira, 3 de maio de 2012

Entrevista com a jornalista Belissa Ribeiro; confira

belisa A jornalista Belisa Ribeiro será uma das palestrantes do III Seminário de Marketing Político do Baixo Amazonas. O evento será realizado nos dias 4 e 5 de maio, no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces).
A escritora que trabalhou em diferentes veículos de comunicação, jornalismo impresso, tele
visivo e radiofônico, com destaque para a experiência adquirida na Gazeta Mercantil, O Globo e Bandeirantes, ministrará a palestra sobre “Como falar no rádio e na TV”

1) Por sua experiência jornalística na TV, principalmente nos anos 1980, de que forma você vê a utilização deste meio para a campanha dos candidatos? Afinal, o marketing político através da TV ajuda mais a expor o que o candidato tem de melhor ou a esconder o que tem de pior?

Ajuda a revelar o que tem de melhor, desde que ele treine bastante e entenda como a se valer do que a TV tem a oferecer de específico como meio de comunicação, ou seja, não adianta falar na TV como se estivesse em um comício em praça pública

2) A Belisa Ribeiro aguerrida dos anos 1980, um dia assessorou o Fernando Collor, eleito presidente. Houve muito patrulhamento sobre sua decisão? Você se arrependeu de assessorar um político que acabou cassado por criar uma das maiores teias de corrupção do país?


Nunca me arrependi. Acreditei nele como candidato, como a maioria dos brasileiros – por isso, aliás, ele foi eleito. Foi um trabalho do qual me orgulho profissionalmente. Não tinha bola de cristal para saber que ele sofreria um impeachment. Saí da campanha por não concordar com a decisão do irmão dele, Leopoldo Collor, de colocar no ar no Horáro Eleitoral Gratuito, o depoimento da ex-mulher de Lula sobre aborto. Isso era contra a minha ética e fui embora faltando poucos dias para o término da campanha. Isto foi publicado com destaque em todos os jornais na época, Nunca trabalhei no Governo Collor, apesar de ter sido convidada. Preferi aceitar o convite de O Globo para ser correspondente em Nova York, Recentemente falei bastante sobre isso no Programa do Jô. Quem quiser assistir, a íntegra está no meu site www.belisaribeiro.com.br

3) Você já foi considerada a "Musa da Crise", quando saiu da Globo para a Band e assumiu uma bancada ao lado de Joelmir Beting. Os noticiários econômicos, hoje, já se tornaram mais políticos do que antigamente?


Acredito que na minha época tínhamos veículos e comentaristas mais especializados, não por os profissionais serem melhores, mas por hoje estarmos vivendo mais a globalização em termos geraios. Naqueles tempos, também tínhamos mais espaço para economia estritamente falando, até por que as notícias políticas ainda eram vítimas de uma censura velada.

4) O que você achou da ofensiva aos bancos feita pela presidente Dilma Roussef em seu discurso do Dia do Trabalhador? E a reação de uma parte da mídia que a criticou de "populista"?


A presidente “está podendo” com os altos níveis de popularidade conquistados. Mas ela tem um dever de casa a fazer pois parte da razão dos juros serem altos advém de problemas que seu governo tem que resolver. Mas foi uma oportunidade que ela não deveria ter perdido, agora vamos ver se ela vai fazer o dever de casa, reduzindo a alata carga tributária brasileira e contribuindo de alguma forma para resolver o histórico problema da lentidão da Justiça brasileira, por exmeplo, problemas que afetam o spread – diferença entre a taxa que o banco paga quando empresta e a taxa que paga quando capta dinheiro.

5) Seu filho Gabriel, o pensador, esteve em Santarém e falou muito do carinho e admiração que sempre teve por você. Como é sua relação com um filho que agora está em evidência na mídia? A partir de sua experiência pessoal de ter sido uma das jornalistas mais carismáticas do Brasil, você dá alguma "assessoria de marketing" pra ele não se deslumbrar com os holofotes?


Minha relação com o Gabriel é, felizmente a de mãe e filho, em primeiro lugar. Agora, melhor, por ele ter me dado dois lindos netos, Tom e Davi. Nos tornamos mais amigos, com a maturidade dele. Ele não precisa de assessoria de marketing, pois é, de verdade, sempre foi, desde criança, um verdadeiro Pensador – bem mais equilibrado do que eu, rsrsrsrs. Obcecado por suas metas, totalmente íntegro, com uma moral fora de série e, sinceramente, nada deslumbrado com os holofotes. Vou contar um segredo: o Gabriel é tão desligado de grifes e que tais que carrega o dinheiro dele em um saquinho de plástico!!!! Quando eu fiquei doente, com câncer de mama, no início de 2010, ele e meu outro filho,Tiago, além de meu marido,Gilson,foram meus maiores companheiros, fazendo com que eu não perdesse o rumo e tocasse a vida em meio a quimioterapia e continuasse em frente, me dando total força para enfrentar o mundo de cabeça erguida, mesmo careca!


Fonte: Notapajos

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