terça-feira, 24 de abril de 2012

Criança de 5 anos morre, pais denunciam negligência médica

Nos olhos as lágrimas, no quarto as lembranças da filha, brinquedos, roupas, as tarefas da escola e a dor da perda estampada no rosto essas são as marcas dos pais de Luane Caroline, de 5 anos, que morreu no último dia 16 de abril no Hospital e Maternidade Sagrada Família.
A história sobre o caso de Luane começou no dia 31 de março, quando ela chegou ao hospital com uma infecção no ouvido. O tratamento da menina iniciou à base de antibióticos durante 17 dias. Segundo os pais Ladilson e Luciene, neste período a criança apresentou melhoras.

Acompanhada pelo médico Rodrigo Chaini, a situação da garota começou a piorar quando a medicação foi modificada. Além dos antibióticos a criança passou a tomar também óleo mineral por recomendações médicas para liberar o intestino. De acordo com pais, ela começou a reclamar de dores na barriga. No decorrer dos dias o quadro clínico apenas piorou.

“Quando ela começava a tomar o medicamento começa a dizer mãe olha como é que tá minha barriga, ai davam luftal pra ela e óleo mineral, ela falava que começava a doer a barriga dela porque ela não estava fazendo as necessidades”, explica mãe.

Dois dias antes da menina morrer, Luciene suspendeu por conta própria a ingestão do óleo sob alegação de que ele estaria fazendo mal a criança. O estado de saúde da menina se agravou.

Os últimos momentos da vida de Luane foram presenciados pelos pais. A criança faleceu no dia 16 de abril às 16h40 vomitando sangue, sem que o médico Rodrigo Chahinni, tivesse acompanhando o quadro clínico da paciente. Ladilson e Luciene afirmaram que ela não teria recebido atendimento adequado, porque houve excesso de dosagem de remédios e a criança não estava mais respondendo ao tratamento.

O pai da dela registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, um dia após a morte de Luane. Na oportunidade, ele relatou que recebeu uma ligação do médico Rodrigo Chaini depois que a filha havia sido enterrada, onde ouviu do profissional que uma medicação aplicada de forma errada teria matado a menina como relata a mãe: “ele só ligou na terça-feira depois do enterro dela pedindo desculpa dizendo que era culpa do enfermeiro que tinha aplicado óleo mineral na veia dela”, conta.

Diante disso, os pais de Luane cobram justiça para os sucessivos erros que ocorreram durante a internação da filha deles até a morte da criança. “Justiça porque essa daí não é a primeira nem vai ser a última. Os médicos estão escolhendo em Santarém quem vive e quem morre por dinheiro, eles querem só enricar. Se tu tiver dinheiro tu consegue salvar teu filho, se tu não tiver dinheiro teu filho morre”,enfatiza.



Pais de Luane

O delegado Jamil Kasseb instaurou o inquérito e vai encaminhar o resultado para o Conselho Regional de Medicina.

“Toda e qualquer informação referente a vítima será trazida as autos tanto testemunhais, depoimentos, documentos relacionados ao caso, prontuários, receituários e todos aqueles que tiveram contato com essa criança no decorrer do seu tratamento serão chamados ao inquérito policial”, afirma.

A secretaria do médico Rodrigo Chahini informou que ele passou o dia em procedimento cirúrgico e por isso não pôde se pronunciar sobre o caso.

Em nota o Hospital Sagrada Família esclareceu que os documentos relacionados a morte da menina estão sendo encaminhados aos órgãos competentes para investigação do caso.

Fonte: Notapajos

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