quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Começa o quarto dia do julgamento do caso Eloá

Começou por volta das 9h50 desta quinta-feira (16) o quarto dia do julgamento de Lindemberg Alves no Fórum de Santo André, no ABC. Os trabalhos do Tribunal do Júri reiniciaram com os debates entre acusação e defesa. O Ministério Público iniciou o debate - a promotoria terá uma hora e meia para se pronunciar. Em seguida, falará a defesa do réu. Há possibilidade de réplica e tréplica. Só depois, então, os jurados se reunirão para decidir pela absolvição ou condenação. Passado esse ponto, a juíza vai ler a sentença e definir a pena dada ao réu.


Após distribuir cópias dos autos aos jurados - seis homens e uma mulher -, a promotora Daniela Hashimoto disse que Lindemberg já sabia o que iria fazer no apartamento onde manteve Eloá refém por mais de cem horas. "Coloquem-se no papel das vítimas", disse a promotora.

Esse deve ser o último dia do julgamento iniciado na segunda-feira (13), pouco mais de três anos após o sequestro que culminou com a morte da adolescente Eloá Pimentel em Santo André.

Na quarta-feira (15), o terceiro dia de julgamento do caso Eloá terminou às 19h40. Lindemberg Alves, acusado de matar a garota, admitiu pela primeira vez durante o júri ter atirado nela dentro do apartamento em Santo André, no ABC, em 2008. Ele falou por mais de cinco horas, contando os intervalos determinados pela juíza Milena Dias. Foi a primeira vez que se pronunciou desde o crime.

Durante o interrogatório, o réu contou detalhes do momento da invasão da PM ao apartamento. "Estávamos conversando os três no sofá. Infelizmente aconteceram algumas reações. A polícia estourou a porta e eu tomei um susto. Ela ameaçou um movimento e eu infelizmente atirei", disse. "Pensei que ela pudesse vir para cima de mim. Eu vi o movimento e atirei. Foi tudo muito rápido."

Questionado se atirou em Nayara, ele disse não se lembrar do fato: "Não me recordo". "Quando fui ver, já estava sendo agredido pelos policiais. Foi tudo muito rápido. Não tinha intenção." Ele disse também que não teve tempo de pensar.

Lindemberg negou também ter atirado em um PM durante o sequestro. "É ficção." O acusado disse que se sentiu "traído" pela polícia. "Tiraram o contato com a minha irmã e começaram a tirar as pessoas do local. Foi uma quebra de confiança. Eu fiquei na dúvida com a polícia."
Logo no início do julgamento, ele pediu perdão à mãe da vítima, Ana Cristina Pimentel. Lindemberg começou a ser ouvido pouco depois das 14h, no Fórum de Santo André, no ABC. O depoimento foi encerrado pouco antes das 19h45.

"Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor", disse o réu. "Estou aqui para falar a verdade, afinal, tenho uma dívida muito grande com a família dela." "Pela perda da família, eles são as vítimas. Se estou encarcerado, estou pagando por algo que eu fiz", disse.

"Quando a polícia chegou, fiquei apavorado. Não sabia o que fazer", relatou Lindemberg. Ele afirmou que as ameaças que fez nas ligações telefônicas antes para os policiais eram "um blefe" para afastá-los do local. Pelas transcrições, ele disse ao capitão Adriano Giovanini, do Gate, que ia "matar as duas e se matar".


Fonte: G1 




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