sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Golpistas cobram por exames e cirurgias usando dados vazados do Hospital Regional

A direção do Hospital Regional do Baixo Amazonas(HRBA), com sede em Santarém, pediu a abertura de inquérito policial para apurar um golpe que está sendo praticado junto a acompanhantes de pacientes. Usando celular com chip com prefixo 066, a quadrilha estaria cobrando valores referentes a exames e cirurgias naquele hospital. Os golpistas tiveram acesso aos dados do pacientes referenciados pelo SUS e fazem ligações para os pacientes ou seus familiares.

O caso pode ter o envolvimento de servidores do próprio HRBA ou de unidades de saúde e até da central de regulação do SUS. Em 12 de dezembro de 2013, a instrumentista Evanir Nogueria da Silva, que trabalhava com o médico Alberto Tolentino, cirurgião daquele hospital, foi presa em flagrante ao cobrar dinheiro para transferir paciente do Hospital Municipal de Santarém para o Hospital Regional do Baixo-Amazonas. Até hoje, a direção do hospital não divulgou o resultado da sindicância aberta para apurar esse caso de tráfico de influência e corrupção.
Na semana passada, os estelionatários se identificam como sendo  membros da diretoria do Hospital Regional. Em um dos casos, os bandidos exigiram cerca de mil reais pela realização de um exame. Para pressionar a familia do paciente, caso esta não pague o valor exigido, os bandidos informavam para o celular do acompanhante que o paciente não seria atendido  e que o mesmo acabaria morrendo.


As ligações são oriundas de telefones celulares com prefixo (66), originário do estado do Mato Grosso. Mas, segundo apurou a reportagem de O Estado do Tapajós a quadrilha poder estar agindo aqui mesmo em Santarém, utilizando um chip com prefixo daquele estado. Nesse caso, os golpistas contariam, possivelmente, com o apoio de servidores ou prestadores de serviços do Sistema Único de Saúde que têm acesso às informações pessoais dos pacientes, que constam das fichas de atendimentos na rede de saúde e até mesmo da central de regulação do SUS.
Ontem à tarde, a direção do Hospital Regional, através de seus advogados, procurou a policia para registrar um boletim de ocorrência. Acompanhantes de outros pacientes também registraram B.O. Eles negam ter efetuado pagamento aos bandidos e procuraram imediatamente a direção do HRBA para denunciar a cobrança indevida por exames e cirurgias.
A denúncia também já está sendo acompanhada pelo Ministério Público Estadual, que quer saber como os golpistas tiveram acesso aos telefones que constam nos cadastros do pacientes, alguns provenientes de outras cidades da região Oeste do Pará, encaminhados para tratamento no Hospital Regional de Santarém por unidades de saúde e hospitais municipais.
Em nota, a direção do HRBA ressalta que  repudia e não compactua com qualquer tipo de cobrança irregular e informa que todas as denuncias serão encaminhadas aos órgãos competentes para que sejam tomadas medidas legais, uma vez que todos os serviços são gratuitos.
LEIA A NOTA ABAIXO:
COMUNICADO
O Hospital Regional do Baixo Amazonas comunica a seus usuários e a população em geral que recebeu informação de acompanhantes de pacientes referente a ligações de pessoas, se intitulado membros da diretoria do HRBA, que estariam cobrando valores referentes a exames e procedimentos neste hospital. As ligações foram oriundas de telefones celulares com prefixo (66), originário do estado do Mato Grosso. Informamos que este tipo de procedimento criminoso trata-se de um golpe, que vem sendo aplicado de forma corriqueira em outras cidades do país.

O Hospital Regional do Baixo Amazonas é um hospital público, com todos os seus serviços prestados a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), totalmente gratuito, e sem gerar custos ao usuário. Orientamos a população que em caso de situações similares, onde aconteçam cobrança de valores por qualquer serviço de saúde pública, seja registrado um boletim de ocorrência em uma delegacia de Polícia Civil.

O HRBA também está à disposição para orientar os usuários vítimas do golpe através do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), que funciona em uma sala ao lado da recepção principal do HRBA. A direção do HRBA repudia e não compactua com qualquer tipo de cobrança irregular. Todas as denuncias serão encaminhadas aos órgãos competentes para que sejam tomadas medidas legais.


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