terça-feira, 5 de novembro de 2013

Sem gerenciamento de resíduos, santarenos sofrem com lixo

O plano municipal de saneamento básico do município de Santarém, oeste do Pará, foi elaborado em 2012, mas o gerenciamento de resíduos sólidos, que é um dos principais pontos, não funciona efetivamente. O Ministério das Cidades e a Associação Brasileira de Agências de Regulação publicaram um estudo que aponta que 30% das prefeituras do país devem apresentar os planos até janeiro de 2014. Com a falta de efetividade do plano em Santarém, é comum encontrar lixo espalhado pelas ruas, como no bairro Jutaí, onde os moradores dizem que a coleta regular não ocorre há 19 dias.

“O lixo que a gente pode queimar, a gente queima. E o lixo que não pode queimar? A gente engata pelas cercas, pelos paus, mas não aguenta porque esses sacos são podres e 19 dias sem a coleta, à noite o gato vem e rasga, cai e fica uma porcaria”, reclama a dona de casa Maria Betecel. “Os moradores colocam em frente de casa, esperando a coleta. Aí, vem o cachorro, urubu, gato e furam o saco, ficando um fedor”, afirmou o presidente do Centro Comunitário do bairro Jutaí, Abelardo de Matos. O lixo que deveria ter coleta regular semanalmente está no Plano Municipal Integrado de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que está sendo elaborado pela Coordenadoria Municipal de Saneamento Básico. A ideia é mudar a realidade vivida atualmente pelos moradores de diversos bairros da cidade.

“O lixo, diariamente, tem aumento de volume. A ideia é atualizarmos este serviço para que a população tenha atendimento melhor. A prefeitura está cuidando disso para que a empresa que venha fazer este trabalho faça de forma eficiente e possa atender aos anseios da população”, informou o coordenador municipal de saneamento básico de Santarém, Hugo Aquino. Para o geógrafo Daniel Fernandes, que participou da elaboração das diretrizes do plano, Santarém precisa de ações emergenciais com relação ao lixo. “A gente percebe claramente o descontrole no processo de gestão dos resíduos sólidos. Não há uma gestão como se esperava que ocorresse”, analisou. Sobre a falta de coleta de lixo no bairro Jutaí, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) informou que, de fato, houve falhas no serviço por pelo menos uma semana, mas informa que a coleta será normalizada a partir desta terça-feira (5).

Esgoto e abastecimento de água

O Plano Municipal de Saneamento Básico elaborado em 2012 contempla o abastecimento de água e o esgoto sanitário, mas como as medidas são a médio e longo prazo, nas ruas o esgoto desce sem tratamento. Com a conclusão das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) I e II, esta realidade pode mudar. “O esgotamento sanitário que é zero em Santarém passará a ser cerca de 40% a 50% em 2015 quando finalizadas as obras do PAC, que contempla estações de tratamento de esgoto, ampliação de rede e ligações intradomiciliares. Com relação ao abastecimento de água, existe projeto do governo do Estado, através da Cosanpa, onde a prefeitura entrou como parceira, vamos atingir cerca de 90% do abastecimento de água, atingindo quase a totalidade dos bairros da área urbana”, destacou Aquino.

Fonte: G1 Santarém

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