
É centenário do avô, um retorno no tempo, um percorrer de lembranças. É reviver o passado para entender o próprio presente e celebrar os 100 anos de nascimento do compositor santareno Wilson Dias da Fonseca, o maestro Isoca.
“Fui estudar os manuscritos das partituras dele e rever aquela letra me lembrou tanta coisa. Passou tanta coisa na minha cabeça. Comecei a estudar piano com meu pai e meu avô, meu avô principalmente. Lembro que ele fazia uma versão das partituras, que eu poderia tocar quando criança”, diz Tininho, regente adjunto da OSTP e bacharel em Composição e Arranjo pela Universidade do Estado do Pará/Fundação Carlos Gomes. O avô tinha dessas coisas. “Ele fazia música para que todo mundo tocasse. Pra gente que não sabia ler partitura, pra todos. Ele fazia isso pela música em si, para divulgar. Tem gente que diz que ele não tem composições para grandes orquestras. Mas em Santarém, na época dele, não tinha isso. Ele queria fazer música para aquele momento, pra Santarém”, defende Agostinho Júnior. E foi na Pérola do Tapajós que mestre Isoca construiu a eterna morada. Nem quando teve oportunidade quis sair. Em 1956 – conforme pesquisa biográfica feita por um dos seis filhos do músico, o magistrado e pianista Vicente José Malheiros da Fonseca – o maestro enviou algumas composições sacras do repertório para Heinrich Lemacher. Heinrich era catedrático da Academia Nacional de Colônia, na Alemanhã, e professor do Instituto Científico de Música da Universidade. Ele convidou Wilson Fonseca um período de estágio na cidade alemã. O compositor, sem condições financeiras de se manter, com filhos para criar e o apego ao lugar onde nasceu, preferiu ficar.
Fonte: DOL
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