quinta-feira, 15 de março de 2012

Igarapé do Irurá pode sumir

O acelerado nível de contaminação, poluição e assoreamento do Igarapé do Irurá gerou preocupação em biólogos de Santarém. Responsável por 60% do abastecimento de água no Município, segundo a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), o Irurá banha vários bairros de Santarém, entre eles, Cambuquira, Matinha, Santarenzinho e Esperança, desaguando no Lago do Papucú,no Mapirí.

Nos últimos anos, após a instalação de empresas de grande porte às proximidades do manancial, o Irurá virou alvo de contaminação de resíduos de madeira, cloro de piscinas, entre outros agentes poluidores. Grandes valas construídas por uma transportadora de mercadorias, no bairro da Matinha, também está sendo apontado por especialistas, como o causador do soterramento e assoreamento do Igarapé.

 Moradores dos bairros do Cambuquira e Santarenzinho contam que há cerca de 10 anos, as águas do Irurá eram cristalinas e, além de servir para a prática da pesca de peixes de algumas espécies, como traíra, mandií e jatuarana, também era usada para beber, lavar roupas e tomar banho. Hoje, os comunitários lamentam a contaminação do manancial e cobram soluções por parte das secretarias municipal e estadual de Meio Ambiente, do Ibama, da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Santarém e do órgão gestor do Município.

Um grupo de estudantes de biologia de uma faculdade particular de Santarém, em recente visita ao Irurá confirmou que o chorume gerado por conta de uma montanha de serragem de uma madeireira, se consolida como um dos principais poluidores do Igarapé, assim como as valas cavadas pela transportadora foi apontada pelos alunos, como o grande responsável pela aceleração do processo de soterramento do recurso hídrico.

Quem visita o Irurá constata a mudança de coloração da água de cristalina para barrenta, além de espumas provocadas pelo chorume que podem ser vistas no local. Peixes que anteriormente eram fisgados por ribeirinhos, hoje, segundo os biólogos foram extintos do manancial, além de palmeiras nativas, como o açaí e burití.


 Fonte: O impacto

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