
No Brasil, balanço do Ministério da Saúde aponta que 33 mil casos de hepatites virais são contabilizados todos os anos. O maior número de infecções nos últimos 14 anos é pelo tipo B, totalizando 120 mil casos entre 1999 e 2011. No Pará, o número de casos tem aumentado muito em função dos esforços do governo estadual na busca ativa por pacientes que têm a doença, mas sequer sabem porque não desenvolveram sintomas. Em 2010, foram notificados 3.086 casos de hepatites virais em todo o Estado, dos quais 338 de hepatite B e 184 com hepatite C. Ano passado, foram 269 casos do tipo B e 81 do tipo C.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde também informa que, até o dia 23 de julho deste ano, já foram confirmados, só no Pará, 286 novos casos de hepatite B e outros 47 com hepatite C. Estão em tratamento completo das hepatites virais B e C, com o apoio do Ministério da Saúde, 454 pacientes, dos quais 218 para hepatite B e 236 para hepatite C.
A coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, conduziu pessoalmente a entrega de kits feitos pela Sespa. Segundo ela, várias ações a nível estadual vem sendo intensificadas desde 2011 por meio de três estratégias com o propósito de reduzir a incidência dos tipos B e C. A primeira delas incentiva o diagnóstico precoce; nesse sentido, mais de dez mil testes rápidos foram feitos em ações itinerantes da secretaria em Belém, Mosqueiro, Salinas, Marabá, Altamira e Capanema e nas comunidades quilombolas em Santana do Arari, ao longo de 2011 e em 2012, durante as duas edições da Caravana Pro Paz Presença Viva, realizadas ainda no primeiro semestre.
Por meio da parceria desenvolvida entre a Sespa e o Hospital Público do Araguaia, em Redenção, em março deste ano foram feitas 279 pesquisas sorológicas para hepatites B, C e D, sendo 239 na aldeia Gorotire-Kayapó e 40 na aldeia Ladeira, ambas em Cumaru do Norte. Denominada de Projeto de Hepatoproteção, essa ação pioneira no Estado teve a assessoria da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) deRedenção.
Segundo a médica hepatologista Márcia Iasi, a intenção da Sespa é implantar o projeto em outras regiões, já que a medida deu tão certo em Redenção que pacientes assintomáticos oriundos de regiões próximos já estão fazendo tratamento no próprio município, sem precisar vir a Belém.
A segunda estratégia da Coordenação de Hepatites Virais consistiu na redução da transmissão por outros meios, como a educação sexual e a não utilização do compartilhamento de materiais cortantes, como kit de manicure e lâminas de barbear. Nesse sentido, mais de 20 treinamentos já foram realizados entre a capital e os municípios a fim de capacitar profissionais de saúde e dos salões de beleza sobre a prevenção.
“A terceira tática tem sido a crescente integração com a Coordenação de Imunização da Sespa para ampliar a cobertura vacinal contra a hepatite B”, explica Cisalpina, ressaltando o empenho da parceria mantida com o Laboratório Central do Estado (Lacen), que tem garantido sorologias e biologia molecular para as testagens, e com o Instituto Evandro Chagas, que também faz biologia molecular para Hepatite B, além de sorologia para hepatite Delta e todo apoio com pesquisa clínica na área.
Rede
A porta de entrada para quem quiser se proteger das hepatites é a Unidade Básica de Saúde, seja para a vacinação ou para o teste rápido. Caso o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) receba a notícia de que é portador de um dos tipos graves da doença, é encaminhado para locais de tratamento que já são referência no assunto.
Atualmente, constituem polos de atendimento a pacientes de hepatites no Pará a Fundação Santa Casa de Misericórdia, o Hospital de Clínicas Gaspar Viana e o Hospital Universitário João de Barros Barreto. Com a iniciativa da Coordenação de Hepatites a partir de 2011, o serviço avançou para o interior e agora é oferecido nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) em Santarém, Altamira, Marabá e Parauapebas e nos hospitais regionais de Redenção e de Tucuruí. Está em fase de implantação o polo localizado na Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especias (Uredipe), em Belém. Boletim Epidemiológico sobre as hepatites no Brasil e no Pará já está disponível no site: http://www.aids.gov.br/pagina/publicacoes
Fonte: Agência Pará de Notícias
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