quarta-feira, 11 de abril de 2012

Madeira apreendida em operação no Pará será leiloada

Cerca de 4 mil metros cúbicos de madeira nobre apreendida no município de Juruti, no oeste paraense, serão leiloados pelo Estado. O material foi encontrado durante trabalho de monitoramento via satélite, pelo qual o governo identificou exploração ilegal em área destinada para a criação do primeiro centro de treinamento de manejo florestal do Pará naquele município. O leilão, que será realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), ainda não tem data para ocorrer.
Equipes da operação Mamuru II, que acontece em Juruti desde março para combater o desmatamento na região, estiveram no local nesta terça-feira, 10, onde o monitoramento encontrou a exploração ilegal e apreenderam o material. Segundo informações do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado (Ideflor), a madeira foi derrubada na área do centro de treinamento por meio de um projeto de manejo florestal.

A área era intitulada no projeto como Fazenda Jatobá, mas o Estado identificou que o título da propriedade era falso. A partir desta constatação, o projeto de manejo aprovado pela Sema foi suspenso e o proprietário da autorização, conhecido como César Brusnelo, que falsificou os documentos da suposta fazenda, foi autuado por depósito ilegal de madeira, comércio de 10 mil metros cúbicos de madeira derrubada em área estadual e prestação de informações falsas ao Estado. Ele responde à Justiça por essas acusações, bem como passa por processo criminal.

A operação Mamuru II contra o desmatamento e a exploração ilegal de madeira, também já desarticulou duas madeireiras ilegais que agiam nesta região. A Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), iniciou investigação para chegar até os responsáveis pela exploração das florestas. Segundo depoimentos, a madeira era retirada de comunidades do rio Mamuru, ao sul do município, e levada para Parintins (AM) e Belém. A Polícia investiga ainda um suposto acordo para repasse financeiro que teria sido feito em 2010 entre a Associação dos Produtores Rurais do Rio Mamuru (Aprim) e os madeireiros, com o aval da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Ainda de acordo com os depoimentos já apurados pela Dema, dois homens, Claudecy Pereira, que reside em Paritins (AM), e “Mica”, de Santarém (PA), trabalhavam para a GC Madeiras, que teria como donos dois homens chamados Ciro e Tiago, pai e filho, de Belém. 

Estes seriam os principais exploradores da região, e faziam acordos financeiros e materiais com as comunidades para garantir a extração.

A Polícia Civil do Pará solicitou apoio da Polícia do Amazonas, que já identificou Claudecy e deverá ouvi-lo nos próximos dias. A polícia paraense ainda ouvirá em Santarém o homem conhecido como “Mica”. Conforme o rumo das investigações, e os próximos depoimentos, a Polícia Civil do Pará poderá indiciar os culpados pela exploração.


Fonte: Notapajos

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