sábado, 22 de outubro de 2011

Santarém não possui saneamento básico, diz estudo do IBGE


Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre os anos de 2000 e 2008, no qual é feito um raio-x do saneamento básico no país, revelou que a região norte do Brasil tem a pior saneamento do Brasil. Apenas 13,3% das cidades têm rede de esgoto, em 3,5% dos domicílios.

Em todo país os dados apontam que a coleta de esgoto acontece em 55,5% dos municípios, equivalente a 45,8% das residências. Dos 143 municípios do Pará, somente 6% tem rede de esgoto em ao menos um bairro. Santarém aparece no mapa, como uma cidade onde 0% do esgoto é coletado.

A situação pode ser constatada ao andar por algumas ruas da cidade. O esgoto corre a céu aberto. Os moradores não sabem mais o que fazer diante do problema que segundo eles é antigo.



“É ruim porque dá mosquito, dá um monte de coisa, ninguém quer nem ficar muito próximo porque quando desce a água fede muito. Ë perigoso até pra nossa saúde” Diz a doméstica, Francisca Portela Neves.


Nos bairros mais afastados do centro, onde falta pavimentação a lama suja muda completamente o cenário. Em algumas vias asfaltadas, pela incidência de esgoto que corre, crateras são abertas.

De acordo com o engenheiro civil do CREA-PA, Paulo Gilson, para que o município reverta essa realidade, é necessário que uma estrutura seja planejada. “Nós vamos ter que fazer uma reengenharia das nossas coletas de esgoto que tem na cidade. É caro, nós podemos dizer que é, porque numa obra também que envolve várias frentes de serviço, por exemplo, vai depender do terreno, você tem que fazer primeiro um levantamento topográfico pra escolher os pontos, onde vai jogar as redes de esgoto.”

Na área central de Santarém praticamente todos os resíduos de esgotos são coletados por meio de galerias subterrâneas e sem qualquer tratamento são lançados diretamente ao Rio Tapajós.



Um grupo de irmãos que há 45 anos saiu para estudar, retornam a Santarém e se surpreenderam com as mudanças. Para eles é um contraste de beleza e degradação em um no Rio.

“Nós estamos muito decepcionados, porque quando nós imaginamos em retornar aqui, como é normal, toda a cidade poderia ter melhorado, mas ela piorou muito. As instituições governamentais não se preocuparam em dar condições adequadas, por exemplo, o esgoto é a coisa que está chamando nossa atenção e revoltando. O que adianta gastar dinheiro com a saúde, se você tem uma fonte da doença aqui exposta?” questiona a professora aposentada, Ana de Lourdes.


Conforme o secretário municipal de infraestrutura, Inácio Corrêa, com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento, duas estações de tratamento de esgoto com 25 quilômetros de rede, estão sendo construídas na cidade. Assim que começarem a funcionar, serão responsáveis por coletar e tratar o esgoto.


“Essa rede inicia no Jardim Santarém, pega um pouco do bairro Aparecida, Caranazal e aqui o Mapiri. Na outra pega um pouco do bairro de Santana, Livramento e Uruará, então nós vamos dar uma cobertura de mais ou menos trinta e cinco mil famílias” ressalta o secretário.




Fonte: NoTapajós

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