
Importante ressaltar que o colapso energético para onde caminha o Brasil, fruto de um desastrado planejamento nas matrizes de geração, corroboram para inadiável consolidação de um plano decenal de expansão de energia que urge e surge, mais uma vez, atrasado em meio a um processo que não contempla, ao menos até o momento, estudos convincentes nem a montante, muito menos a jusante dos locais planejados para implantação das hidrelétricas.
Um exemplo, que assombra moradores do Oeste do Pará, está na ameaça do rio Tapajós represado comprometer, além da rica biodiversidade a jusante da usina, todo patrimônio turístico proporcionado através de suas belas águas, como o famoso encontro das águas em frente a cidade de Santarém, fruto da junção dos rios Amazonas e Tapajós, bem como importantes praias de água doce, em especial a famosa praia da Alter do Chão em Santarém, tendo sido considerada a mais bela do mundo pelo conceituado jornal inglês The Guadian.
Com o represamento do rio Tapajós, o barrento Amazonas tende a avançar em seu leito interferindo drasticamente no ambiente que tanto envaidece a população do entorno, situação aliás que já contribui para posição desfavorável às hidrelétricas percebida em quase unanimidade de seus ribeirinhos.
Como Paraenses, Amazônidas e Brasileiros que somos, estamos prontos para contribuir, porém, não sem antes discutir à exaustão os impactos destes projetos, além de ratificar que não aceitaremos migalhas ou ações mitigadoras, mas sim um projeto de desenvolvimento com responsabilidade socioambiental, geração de emprego, renda e um futuro digno para todos aqueles que aqui vivem.
O Brasil tem pressa. Nós Paraenses também.
Olavo das Neves - Professor Universitário
Nenhum comentário:
Postar um comentário