Com o objetivo de chamar atenção para a realidade atual do câncer de
mama e a importância do diagnóstico precoce, a Secretaria de Estado de
Saúde Pública (Sespa), por meio das coordenações estaduais de Saúde da
Mulher, Nutrição, Hipertensão e Diabetes, realizou nesta terça-feira,
16, uma mobilização alusiva à campanha “Outubro Rosa”, que agregou
palestras e exames preventivos entre a biblioteca e o hall de entrada do
Nível Central da Sespa, em Batista Campos, centro de Belém.
O secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, lembrou que o
mês de outubro é marcado, em todo o mundo, por um reforço nas ações de
combate ao câncer, principalmente os que mais afetam as mulheres, como
os do colo do útero e o de mama. “É o momento em que mais chamamos a
atenção, com toda a naturalidade, que é possível enfrentar essa doença
no momento do diagnóstico precoce, como também alertando sobre os
fatores de riscos que podem desencadear tal processo. Nesse sentido,
repensar uma mudança no estilo de vida é fundamental para deixarmos bem
distante o risco de desenvolver câncer”, explicou.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva
(INCA), a doença é a terceira mais incidente entre as mulheres, atrás do
câncer de pele e de útero. O INCA estima 740 novos casos deste tipo de
câncer no Estado para este ano, sendo mais da metade destes registros só
em Belém. Conforme informações do Hospital Ophir Loyola (HOL), no
período de 2000 e 2010, entre os cânceres mais freqüentes nas mulheres
são os de útero (4.884 casos); de mama (2.871); estômago (547) e do
sistema hemato e reticuloendotelial (434).
A
campanha “Outubro Rosa” chegou ao Brasil em 2008, por iniciativa da
Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da
Mama (Femama), baseada em outro movimento surgido um ano antes, na
Califórnia, Estados Unidos, igualmente empenhado em conscientizar as
mulheres sobre a importância do diagnóstico precoce. Na Sespa, dezenas
de servidores aderiram à campanha e muitos foram submetidos a testes,
como os de glicemia, pressão arterial e demais procedimentos, a exemplo
da avaliação antropométrica, nutricional, seguidos de entrega de um kit
de alimentação saudável.
Na biblioteca, outro grupo
assistiu à palestra do médico mastologista Antonio Nahum Pinho, membro
da Sociedade Brasileira de Mastologia, que enumerou o quanto o câncer de
mama pode ser evitado, caso a mulher mantenha o hábito de realizar
exames de rotina em prazos já amplamente divulgados por profissionais de
saúde. “Tumores de até 1,5 cm possuem uma probabilidade maior de terem
chances de cura. Por isso que os exames são essenciais, pois pois
quanto mais cedo a pessoa souber que apresenta a doença, melhor para o
tratamento”, lembrou.
De acordo com o mastologista,
quem possuir um membro da família que teve ou tem câncer deve redobrar a
atenção, visto que o fator genético é decisivo na incidência não são do
tipo que afeta a mama, mas também de outros tipos. A respeito dos
sintomas, Antonio Pinho lembrou que o principal sinal é o nódulo
acompanhado ou não de dor mamária. Lembrou ainda que o auto exame, tão
propagado nos anos 1990 como primordial na detecção da doença, não tem
se mostrado eficaz na descoberta precoce da doença. “Ele continua sendo
recomendado, mas preferimos a mamografia, que costuma ser mais precisa. E
as mulheres precisam repensar seus hábitos, pois a saúde, em muitos
casos, tem sempre ficado em segundo plano por causa das tarefas do
dia-a-dia”, comenta.
O ciclo de palestras ainda
contou com o pronunciamento da médica Consuelo Oliveira, que reforçou o
empenho da classe em sensibilizar profissionais de saúde de outros ramos
a propagar informações em favor da prevenção do câncer de mama. A
técnica da Coordenação Estadual de Saúde da Mulher, Michelle Monteiro,
informa que a Sespa encontra-se à disposição da comunidade em geral para
orientações acerca da campanha, reproduzindo-a em escolas, centros
comunitários e em outros espaços de concentração popular. “O importante é
que seja feita a conscientização da população quanto ao exame clínico
das mamas, apontado como a primeira providência para a detecção precoce
do câncer de mama em favor de uma maior chance de sobrevida e cura”,
explicou.
Interessante ressaltar, ainda, que o Pará
apresentou aumento de 7% no número de mamografias realizadas no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS), se comparado ao primeiro semestre de
2011. Até ao final de setembro deste ano, 17.585 exames foram
realizados, enquanto em 2011 realizou-se 16.410. Na faixa prioritária
(50 a 69 anos), foram realizadas 6.587 mamografias, o que representa 7% a
mais que no passado, quando foram feitas 6.291 exames.
Fonte: Agência Pará
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